sexta-feira, 15 de março de 2013
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As Células Constituem os Seres Vivos
Os
seres vivos diferem da matéria bruta porque são constituídos de
células. Os vírus são seres que não possuem células, mas são capazes de
se reproduzir e sofrer alterações no seu material genético. Esse é um
dos motivos pelos quais ainda se discute se eles são ou não seres vivos.
A célula é a menor parte dos seres vivos com forma e função definidas.
Por essa razão, afirmamos que a célula é a unidade estrutural dos seres
vivos. A célula - isolada ou junto com outras células - forma todo o
ser vivo ou parte dele. Além disso, ela tem todo o "material" necessário
para realizar as funções de um ser vivo, como nutrição, produção de
energia e reprodução.
Cada célula do nosso corpo tem uma função específica. Mas
todas desempenham uma atividade "comunitária", trabalhando de maneira
integrada com as demais células do corpo. É como se o nosso organismo
fosse uma imensa sociedade de células, que cooperam umas com as outras,
dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execução das
inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida.
As
células que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam
uma membrana envolvendo o seu núcleo, por isso, são chamadas de células
eucariotas. A célula eucariota é constituída de membrana celular,
citoplasma e núcleo.
Nestas
figuras você pode comparar uma célula humana (animal) com uma célula
vegetal. A célula vegetal possui parede celular e pode conter
cloroplastos, duas estruturas que a célula animal não tem. Por outro
lado, a célula vegetal não possui centríolos e geralmente não possui
lisossomos, duas estruturas existentes em uma célula animal.
A membrana plasmática
A
membrana plasmática é uma película muito fina, delicada e elástica, que
envolve o conteúdo da célula. Mais do que um simples envoltório, essa
membrana tem participação marcante na vida celular, regulando a passagem
e a troca de substancias entre a célula e o meio em que ela se
encontra.
Muitas
substâncias entram e saem das células de forma passiva. Isso significa
que tais substâncias se deslocam livremente, sem que a célula precise
gastar energia. É o caso do gás oxigênio e do gás carbônico, por
exemplo.
Outras
substâncias entram e saem das células de forma ativa. Nesse caso, a
célula gasta energia para promover o transporte delas através da
membrana plasmática. Nesse transporte há participação de substâncias
especiais, chamadas enzimas transportadoras. Nossas células nervosas,
por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de sódio por
transporte ativo.
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Observe
a membrana plasmática. Ela é formada por duas camadas de lipídios e por
proteínas de formas diferentes entre as duas camadas de lipídios.
Dizemos,
assim, que a membrana plasmática tem permeabilidade seletiva, isto é,
capacidade de selecionar as substâncias que entram ou saem de acordo com
as necessidades da célula.
O citoplasma
O
citoplasma é, geralmente, a maior opção da célula. Compreende o
material presente na região entre a membrana plasmática e o núcleo.
Ele
é constituído por um material semifluido, gelatinoso chamado
hialoplasma. No hialoplasma ficam imersas as organelas celulares,
estruturas que desempenham funções vitais diversas, como digestão,
respiração, excreção e circulação. A substância mais abundante no
hialoplasma é a água.
Vamos,
então, estudar algumas das mais importantes organelas encontradas em
nossas células: mitocôndrias, ribossomos, retículo endoplasmático,
complexo de Golgi, lisossomos e centríolos.
As mitocôndrias e a produção de energia.
As mitocôndrias são organelas membranosas (envolvidas por membrana) e
que têm a forma de bastão. Elas são responsáveis pela respiração
celular, fenômeno que permite à célula obter a energia química contida
nos alimentos absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser
empregada no desempenho de atividades celulares diversas.
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Um
dos "combustíveis" mais comuns que as células utilizam na respiração
celular é o açucar glicose. Após a "queima" da glicose, com participação
do gás oxigênio, a célula obtêm energia e produz resíduos,
representados pelo gás carbônico e pela água. O gás carbônico passa para
o sangue e é eliminado para o meio externo.
A equação abaixo resume o processo da respiração celular:
glicose + gás oxigênio ---> gás carbônico + água + energia
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Organelas Celulares
Os ribossomos e a produção de proteínas
As células produzem diversas substâncias
necessárias ao organismo. Entre essas substâncias destacam-se as
proteínas. Os ribossomos são organelas não membranosas, responsáveis
pela produção (síntese) de proteínas nas células. Eles tanto aparecem
isolados no citoplasma, como aderidos ao retículo endoplasmático.
O retículo endoplasmático e a distribuição de substâncias
Essa organela é constituída por um sistema de
canais e bolsas achatadas. Apresenta várias funções, dentre as quais
facilitar o transporte e a distribuição de substâncias no interior da
célula.
As membranas do retículo endoplasmático podem ou
não conter ribossomos aderidos em sua superfície externa. A presença dos
ribossomos confere à membrana do retículo endoplasmático uma aparência
granulosa; na ausência dos ribossomos, a membrana exibe um aspecto liso
ou não-granulosos.
O complexo de golgi e o armazenamento das proteínas
É a organela celular que armazena parte das
proteínas produzidas numa célula, entre outras funções. Essas proteínas
poderão então ser usadas posteriormente pelo organismo.
Os lisossomos e a digestão celular
São organelas que contêm substâncias necessárias à
digestão celular. Quando a célula engloba uma partícula alimentar que
precisa ser digerida, os lisossomos se dirigem até ela e liberam o suco
digestório que contêm.
Fagocitose e pinocitose
Imagine um glóbulo branco do nosso corpo diante de
uma bactéria invasora que ele irá destruir. A bactéria é grande demais
para simplesmente atravessar a membrana plasmática do glóbulo. Nesse
caso, a membrana plasmática emite expansões que vão envolvendo a
bactéria. Essas expansões acabam se fundindo e a bactéria é finalmente
englobada e carregada para o interior da célula.
A esse fenômeno de englobamento de partículas dá-se o nome de fagocitose. Caso a célula englobe uma partícula líquida, o fenômeno é chamado pinocitose e, nesse caso, não se forma as expansões típicas da fagocitose.
Os centríolos e a divisão celular
Os centríolos são estruturas cilíndricas formadas por
microtúbulos (tubos microscópicos). Essas organelas participam da
divisão celular, "orientando" o deslocamento dos cromossomos durante
esse processo. Geralmente cada célula apresenta um par de centríolos
dispostos perpendicularmente.
O núcleo da célula
O
botânico escocês Robert Brown (1773 - 1858) verificou que as células
possuíam um corpúsculo geralmente arredondado, que ele chamos de núcleo
(do grego nux: 'semente'). Ele imaginou que o núcleo era uma espécie de "semente" da célula.
O
núcleo é a maior estrutura da célula animal e abriga os cromossomos.
Cada cromossomo contém vários genes, o material genético que comanda as
atividades celulares. Por isso, dizemos que o núcleo é o portador dos
fatores hereditários (transmitidos de pais para filhos) e o regulador
das atividades metabólicas da célula. É o "centro vital" da célula.
Envoltório nucler -
É a membrana que envolve o conteúdo do núcleo, ela é dotada de
numerosos poros, que permitem a troca de substãncias entre o núcleo e o
citoplasma. De maneira geral, quanto mais intensa é a atividade celular,
maior é o número de poros na carioteca.
Nucleoplasma - É o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo.
Nucléolo -
Corpúsculo arredondado e naõ membranoso que se acha imerso na
cariolinfa. Cada filamento contém inúmeros genes. Numa célula em
divisão, os longos e finos filamentos de cromatina tornam-se mais curtos
e mais grossos: passam, então, a ser chamados cromossomos.
Os cromossomos são responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários.
Níveis de Organização do Corpo Humano
No nosso corpo, existem muitos tipos de células,
com diferentes formas e funções. As células estão organizadas em grupos,
que “trabalhando” de maneira integrada, desempenham, juntos, uma
determinada função. Esses grupos de células são os tecidos.
Os tecidos do corpo humano podem ser classificados
em quatro grupos principais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido
muscular e tecido nervoso.
Tecido epitelial
As células do tecido epitelial ficam muito próximas
umas das outras e quase não há substâncias preenchendo espaço entre
elas. Esse tipo de tecido tem como principal função revestir e proteger o
corpo. Forma a epiderme, a camada mais externa da pele, e internamente,
reveste órgãos como a boca e o estômago.
O tecido epitelial também forma as glândulas –
estruturas compostas de uma ou mais células que fabricam, no nosso
corpo, certos tipos de substâncias como hormônios, sucos digestivos,
lágrima e suor.
Tecido conjuntivo
As células do tecido conjuntivo são afastadas umas
das outras, e o espaço entre elas é preenchido pela substância
intercelular. A principal função do tecido conjuntivo é unir e sustentar
os órgãos do corpo.
Esse tipo de tecido apresenta diversos grupos
celulares que possuem características próprias. Por essa razão, ele é
subdividido em outros tipos de tecidos. São eles: tecido adiposo, tecido
cartilaginoso, tecido ósseo, tecido sanguíneo.
O tecido adiposo é formado por adipócitos, isto é, células que armazenam gordura.
Esse tecido encontra-se abaixo da pele, formando o panículo adiposo, e
também está disposto em volta de alguns órgãos. As funções desse tecido
são: fornecer energia para o corpo; atuar como isolante térmico, diminuindo a perda de calor do corpo para o ambiente; oferecer proteção contra choques mecânicos (pancadas, por exemplo).
Imagem de microscópio óptico de tecido adiposo.
Note que as linhas são as delimitações das células e os pontos roxos são
os núcleos dos adipócitos. A parte clara, parecendo um espaço vazio, é a
parte da célula composta de gordura.
Tecido cartilaginoso forma as
cartilagens do nariz, da orelha, da traquéia e está presente nas
articulações da maioria dos ossos. É um tecido resistente, mas flexível.
Nariz e orelha são formados por cartilagem.
Células cartilagíneas vista ao microscópio óptico.
O tecido ósseo forma os ossos. A sua rigidez (dureza) deve-se à impregnação de sais de cálcio na substância intercelular.
O esqueleto humano é uma estrutura articulada,
formada por 206 ossos. Apesar de os ossos serem rígidos, o esqueleto é
flexível, permitindo amplos movimentos ao corpo graças a ação muscular.
O tecido sangüíneo constitui o sangue, tecido líquido. É formado por diferentes tipos de células como:- os glóbulos vermelhos ou hemácias, que transportam oxigênio;
- os glóbulos brancos ou leucócitos, que atuam na defesa do corpo contra microrganismos invasores;
- fragmentos (pedaços) de células, como é o caso das plaquetas, que atuam na coagulação do sangue.
A substância intercelular do tecido sanguíneo é o
plasma, constituído principalmente por água, responsável pelo transporte
de nutrientes e de outras substâncias para todas as células.
Componentes do sangue visto em microscópio
eletrônico. As células vermelhas são os glóbulos vermelhos e a branca o
glóbulo branco.
Tecido muscular
As células do tecido muscular são denominadas fibras
musculares e possuem a capacidade de se contrair e alongar. A essa
propriedade chamamos contratilidade. Essas células têm o formato alongado e promovem a contração muscular, o que permite os diversos movimentos do corpo.
O tecido muscular pode ser de três tipos: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e tecido muscular estriado cardíaco.
Tipos de tecidos musculares. Os pontos roxos são os núcleos das células musculares.
O tecido muscular liso apresenta uma contração
lenta e involuntária, ou seja, não depende da vontade do indivíduo.
Forma a musculatura dos órgãos internos, como a bexiga, estômago,
intestino e vasos sangüíneos.
O tecido muscular estriado esquelético apresenta
uma contração rápida e voluntária. Está ligado aos ossos e atua na
movimentação do corpo.
Observe os inúmeros músculos que formam o nosso corpo.
Tecido nervoso
As células do tecido nervoso são denominadas neurônios, que são capazes de receber estímulos e conduzir a informação para outras células através do impulso nervoso.
Os neurônios têm forma estrelada e são células
especializadas. Além deles, o tecido nervoso também apresenta outros
tipos de células, como as células da glia, cuja função é
nutrir, sustentar e proteger os neurônios. O tecido é encontrado nos
órgãos do sistema nervoso como o cérebro e a medula espinhal.
Órgãos
Os tecidos também se agrupam em nosso organismo. Um agrupamento de tecidos que interagem forma um órgão.
O estômago, por exemplo, é um órgão do corpo
humano. Nele podemos reconhecer presença do tecido epitelial e do
muscular, entre outros.
Esquema mostrando os diversos órgãos do nosso corpo.
Sistemas
Vários órgãos interagem no corpo humano, desempenhando determinada função no organismo. Esse conjunto de órgãos associados forma um sistema.
O sistema digestório humano, por exemplo, atua no
processo de aproveitamento dos alimentos ingeridos. Esse sistema é
formado pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e
intestino grosso. Além desses órgãos, o sistema digestório humano
compreende glândulas anexas, como as glândulas salivares, o pâncreas e o
fígado. Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa integração é
fundamental para manter a saúde do organismo como um todo e,
consequentemente, a vida.
Esquema do sistema respiratório.
Resumindo
No nosso corpo é possível identificar diferentes
níveis de organização que atuam nos processos vitais. Podemos resumir
essa organização por meio do seguinte esquema:
Células -------> à tecidos -------> à órgãos -------> à sistemas -------> à organismo
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